A greve, anunciada na última segunda-feira (22), dos enfermeiros e dentistas deu início a uma abertura de diálogo com a gestão municipal e estadual, sociedade e outras centrais sindicais para a pauta de reivindicações de diversas categorias do estado do Ceará.
O anúncio do prefeito Roberto Cláudio, feito após um protesto de profissionais em frente ao Paço Municipal, no último dia 16 de fevereiro, sobre a liberação do reajuste salarial sem respeitar os índices inflacionários, impulsionou um cenário de insatisfação no cenário trabalhista do estado.
Em resposta, os profissionais do Programa da Saúde da Família (PSF) decretaram Greve, desencadeando a mobilização de diversas categorias pelo descumprimento do reajuste da base de janeiro também dos servidores estaduais.
No âmbito estadual, várias manifestações estão acontecendo, objetivando a garantia dos direitos trabalhistas. As principais frentes sindicais há cerca de oito meses tentam dialogar a melhoria destes profissionais, entretanto, todas as tentativas foram frustrantes.
Nos dias 23 e 24 de fevereiro várias categorias se uniram e realizaram 48 horas de paralisação. Em ato, realizado na Assembleia Legislativa no dia 24/2, uma comissão de parlamentares recebeu os dirigentes sindicais, para intermediar uma audiência com o governador Camilo Santana. No entanto, o líder do Governo, Evandro Leitão (PDT), afirmou em uma entrevista concedida ao jornal Diário do Nordeste, que Camilo já teria dito que somente ao final do primeiro trimestre poderia tratar sobre reajuste salarial.
Para a presidente do Senece, Telma Cordeiro, a união destas lutas fortalece ainda mais a denúncia do cenário de precarização do trabalho no estado do Ceará. “Sempre venho ressaltando que nossa luta não é unilateral, lutamos por condições dignas de trabalho, mas também por um serviço de qualidade oferecido para a população. A categoria dos profissionais da saúde representa um número significante de chefes de famílias, responsáveis também por grande parte de contribuições de impostos em todo o estado. Temos o dever de lutar por esses profissionais”. Assegurou.
Os próximos passos serão decididos, em plenária, marcada para acontecer na próxima quarta-feira, dia 9 de março, às 15 horas no Palácio da Abolição para deliberar sobre a Greve Geral.
Reivindicação
O movimento reivindica o aumento do salário base (ref. 101) em 12,67%; a manutenção de todas as gratificações; a garantia de que nenhum servidor tenha perda salarial; a realização de concurso público para servidores estatutários, diminuindo o repasse de verbas públicas para terceirização de servidores e, consecutivamente, a diminuição da precarização do trabalhador da saúde no estado do Ceará.
Plenária Sindical
Pauta: Greve Geral
Data: 9 de março de 2016
Horário: 15 horas
Local: Palácio da Abolição